Primeiro episódio de “Jellyfish Can’t Swim at Night” foi incrível! Eu finalmente entendi qual o objetivo da série, até porque as sinopses divulgadas não deixavam brecha para quase nenhuma teoria, além de ser muito confusa.
Mas sabemos agora, o anime acompanha Mahiru Kouzuki em sua jornada para buscar um sentido na vida. Após ter sofrido traumas na infância em relação a sua arte, Mahiru desiste de continuar com seu sonho e se torna uma “garota normal”, mas até mesmo ela não sabe como agir como uma. Temos diversos momentos de introspecção da garota se escondendo do seu passado, mas triste por não conseguir sair do rumo em que está, não conseguir se diferenciar, deixar de ser uma simples garota normal.
O anime mostra de forma muito bem feita, o passado de Mahiru passando por ela enquanto ela olha seu mural que fez no centro do bairro de Shibuya, uma água-viva. Vemos um pequeno trecho de seu passado, onde Mahiru é convidada a transformar sua pintura em um mural, e ao apresenta-lo à suas amigas, o mural é zombado como estranho e esquisito. Isso faz com que Mahiru desista de continuar a desenhar.
Parece pouco, mas eu como artista, consigo entender um pouco desse sentimento da personagem principal, e acho que é por isso que esse primeiro episódio me encantou tanto. Mesmo seguindo e fazendo algo que gostamos, estamos sempre em busca de validação. Nossa arte, seja como for, só ganha “sentido” quando ela é apreciada e validada, algo que faltou para Mahiru, ainda mais sendo uma criança.
Mahiru volta para ver seu mural e se depara com uma cantora se apresentando na frente dele, diversos pôsters estão colados em cima (mais uma forma visual que o anime ilustrou a ideia de que ninguém se importa com a arte dela). Até que uma garota aparece e grita para que retirem os pôsteres do seu mural favorito. Isso prende a atenção de Mahiru, pois pela primeira vez ela foi validada.
É ai que temos o ponto de virada do anime, Mahiru conhece Kano Yamanouchi, uma ex-idol que se envolveu em uma briga e teve sua carreira arruinada. Kano era uma fã de Mahiru e principalmente de seu desenho de águas-vivas. É interessante ver que Kano não desistiu de seus sonhos, já que ainda está gravando músicas e cantando, utilizando um nome diferente. Isso surpreende Mahiru, já que mesmo com as decepções da vida, ela não desistiu.
O clímax do episódio acontece quando Kano decide atrapalhar o show da garota em frente ao mural das águas-vivas e começar seu próprio show, dando um pontapé inicial no seu objetivo, e criando uma coragem no interior de Mahiru para que ela dê seu primeiro passo também.
Assim temos uma cena linda de apresentação de Kano, enquanto Mahiru rasga todos os pôsteres da cantora anterior e da visibilidade ao seu mural.
O episódio apresentou várias vezes a questão de que águas-vivas não andam sozinhas, elas precisam de companhia. E isso é um paralelo muito interessante para o que está acontecendo entre as duas. Mahiru encontrou outra água-viva, para ajuda-la a se mover e a achar seu caminho.
E então ambas decidem seguir seus sonhos juntas, Kano cantando e Mahiru desenhando (como se fosse uma designer da cantora). Fim do primeiro episódio.
Esse episódio foi fantástico, as cenas que apresentam o passado da Mahiru são muito criativas, e a conexão rápida que eu tive com as duas personagens destaque desse primeiro episódio é o que está me mantendo muito interessado por esse anime.
Nota: 8.5/10